12 maio, 2014

ASSIM SERÁ

Amém! Que assim seja. Que a vida continue independente de quantas orações eu fizer. Que eu possa aproveitar minha família e saber entendê-la na mesma proporção que me permito ser entendido. Que eu consiga dividir meu tempo com as pessoas que amo. Que eu mostre interesse no que os outros têm a dizer para que não seja aquele que só fala da mesma coisa. Que eu saiba encontrar alguém que me ame de verdade, respeite meu passado, construa meu presente e não anule meu futuro. Que eu cresça na carreira, que tenha gana e respeito por todos que me derem a mão. Que eu saiba ser irmão na mesma proporção que saiba ser pai, filho, tio, sobrinho, melhor amigo. Que as distâncias sejam o menor dos problemas. Que os frutos sejam amados independente de tudo. Que os domingos sejam ensolarados, livres, reservados para si mesmo. Que os outros dias da semana sejam igualmente ensolarados – ou até chuvosos, que seja –, mas que permitam um “olá” para quem estiver por perto. Que não haja preconceito – mesmo que haja contra si. Que respeitem nossas crenças, mas que não sejamos engolidos por elas. Que a arrogância seja tomada pela educação. Que saiba se dizer obrigado, por favor, de nada, bom dia, boa tarde, boa noite. Que os mais velhos sejam compreendidos, reconhecidos e amados. Que as lembranças fiquem guardadas no lado bom das memórias. Que a saudade seja combustível para progredir. Que a fé continue sendo essa força que está dentro de nós, todos os minutos, sem se tornar uma obrigação, um motivo de isolamento, uma casca, uma redoma, uma maneira de se auto afirmar, um assunto ininterrupto, uma relação provinciana. Que assim seja.

31 dezembro, 2013

ESSE É PRA VOCÊ

Me peguei pensando em você como muitas outras vezes, entretanto, dessa vez me questionei o porquê de você não ter um texto meu, nenhuma estrofe ou frase exagerada que me fizesse lembrar de você quando tiver passado anos e eu for olhar o histórico deste blog.

Fui me questionando de eu nunca ter escrito um texto sobre você. Você sempre foi o único garoto que me amou. E eu nunca te escrevi nem uma frase num papelzinho amassado. Fui relembrando daquela sua foto de camiseta vermelha, em que você está com a cabeça de lado e com os olhos meio fechados. O seu lábio inferior brilha tanto naquela foto, que dá vontade de beijar e posiciona-la sobre meu peito em seguida... Mas mesmo assim, não escrevi nada a respeito desta. Você é aquele tipo de garoto que fica cada vez mais lindo com o tempo, não é modo de falar, é serio. Esses tempos estava vendo uma foto sua com a camisa do grêmio, você era tão novinho. Naquela época eu te achava tão fofo. Mas mesmo assim, não escrevi nada a respeito disso.
Teve aquela tarde que eu fui comprar bolinhos de bacalhau para minha mãe, e eu estava muito irritado. Você me mandou um sms dizendo que tinha passado no vestibular e ia cursar direito. Então eu tive a melhor tarde daquele ano. Porque sua felicidade, é a minha felicidade. Depois você começou a namorar e deixou, finalmente, de gostar de mim. Claro que eu fiquei com ciúmes e senti uma falta absurda de você. Mas ainda assim, não escrevi nada a respeito disto.

Você não foi como os outros. Não partiu e deixou uma saudade corroendo por dentro, nem sequer mentiu pra mim. Você estava lá quando eu compartilhava uma música que deveria ser pra você, mas era para algum dos figurões (uns babacas na verdade) com quem eu estava me relacionando. Você aprendeu a me conhecer como ninguém mais se esforçou. Descobriu minha cor predileta e até qual meu tipo de fast-food mais cobiçado. Descobriu que meu café predileto não é de um lugar cujo o logo é uma sereia com duas caldas, mas sim o velho forte e tradicional café preto. Mas mesmo assim, não escrevi nada a respeito deste.

Eu sempre amei infinitamente mais a sua companhia do que qualquer companhia do mundo, mesmo nunca tendo demonstrado isso. E mesmo assim, nada, nadinha escrito, sequer uma palavra sobre você...

Até essa madrugada, em que você, pela primeira vez, me deixou te olhar e me ignorou. E foi por isso, porque você deixou de ser o menino que me amava, e passou a ser só mais um que me tem, que me fez chorar, que você, como todos os outros, tem um texto meu.

10 dezembro, 2013

I WISH I COULD TELL YOU

Não consigo resistir a escrever sobre ele. Ele e seu jeito confuso. Ele e aquele olhar. De onde ele tirou aquele olhar? Meu Deus, onde foi que você aprendeu a me olhar assim?
 
Sei que ele não sabe, que não tem nenhuma noção do quanto ainda o amo. Do quanto dói não saber o que fazer por ter as mãos atadas, e por tê-lo sempre tão longe da minha realidade. Os bons tempos parecem se aproximar e ainda assim é difícil, porque nunca chega, sempre está por vir... Ele sabe bem o que eu senti durante todo aquele tempo, não ousaria duvidar sequer de uma palavra. Jamais pude sentir algo tão verdadeiro, tão forte por alguém. Nunca imaginei que diria a alguém que minha vida não faria sentido algum sem ela, como disse a ele. E foram tantas coisas ditas, tantas promessas ainda não cumpridas e que talvez nunca sejam. E ele escreve, meu Deus. Escreve lindo. Suas palavras são tão eternas que eu poderia morar nelas e ser cada verso teu. Me salva no seu computador, escreve uma história linda para me matar de vez.
 
Essa incerteza é tão normal. É tão comum dizer sempre aquele velho: se.
Se nós dermos certo, se conseguirmos fazer valer, se conseguirmos cumprir tudo.
Não sei se faria de tudo, ou se não saberia o que fazer. A única certeza é que ainda o tenho comigo. Que fecho os olhos para não pensar e ele aparece nos meus pensamentos de qualquer jeito. Mal sabe o quanto o quero cuidar, o quanto sempre quis poder fazer mais do que fiz. Fazer mais feliz. Ele não sabe de tudo, talvez o machucaria saber que agora tenho medo, que me falta a coragem de antes. Ele não sabe que dói não poder dizer tudo, não dizer que é exatamente como antes, porque não é. E se interpretasse errado? E se achasse que morreu tudo o que tinha de tão vivo dentro de mim? Realmente não o quero fazer sofrer como ele me fez quando tomou aquela decisão tão impulsiva, tão errada e quem sabe, tão certa pra nós. Entretanto continuo achando que ele poderia ter tentado um pouco mais, que eu não era tão pouco pra ser deixado de lado quando menos esperava. Eu nunca esperava. Sei que existe algo que o machuca ainda por dentro, que não só o amor, mas o arrependimento de não ter tentado mais uma vez, o deixa confuso. Sei das cenas que passa em sua cabeça. Das mágoas que tem e que sofre por também não ter o que fazer. Agora ainda mais distante do que os estados que nos separam, é a distância de dar certo.  SE tudo der certo. E SE não der? E SE tudo for por água abaixo? E SE eu não puder fazer mais nada pra o trazer até mim? O que machuca, me machuca. Machuca muito. E tudo isso porque desde sempre e TALVEZ para sempre, estamos ligados. Não importa o quanto nós tentemos ou o quanto o tempo passe e queira mudar tudo, tudo permanecerá quase igual. Pelo menos o sentimento estará intacto e nos machucando, nos dando aquele fio de esperança. Nada mais é do que a história de dois bobos apaixonados, dois sonhadores que não se cansam de lutar ainda quando suas forças estão praticamente esgotadas. Porque eu tentei. Tentei eu Juro. Juro que tentei. Mas ainda não me desfiz daquela camisa, porque ela é a predileta dele. Aprendi a fazer panquecas pra ele. Eu queria que ele escutasse o que penso, o que digo quando ele nunca pode ouvir. Queria que soubesse que ainda estamos ligados de uma maneira tão forte que ele mal pode imaginar. E sempre que eu puder, o ajudarei a caminhar, a seguir em frente.

 
Queria poder lhe dizer.
Chlöe Howl